sexta-feira, 15 de julho de 2016

Como as 5 fases do design thinking podem ser aplicadas na resolução de conflitos



Onde há pessoas, há conflitos. Independe do universo que circule, se familiar ou corporativo, ambiente preponderantemente emocional ou racional, a divergência de ideias irá existir.

Mas quem foi que disse que a divergência de ideias é algo ruim, ela é usada inclusive como técnica de design thinking, que é uma forma de pensar, um conjunto de técnicas utilizadas para abordar um problema.

O design thinking é uma metodologia prática que usa a criatividade para resolução de problemas, atuando como um processo colaborativo em que as pessoas trabalham em conjunto e buscam benefícios nas diferentes perspectivas sobre determinado assunto.

As fases dessa metodologia são: Empathize (descobrimento, ter empatia); Define (interpretação); Ideate (ideação); Prototype (prototipagem ou experimentação) e Test (teste e aperfeiçoamento).

E se desenvolvêssemos inovações para solução de conflitos baseadas em um "pensamento de designer"?



Poderíamos também dividir a projeção da resolução em fases. Assim, a solução de conflitos igualmente ganharia uma metodologia criativa, em que as fases seriam identificadas e o resultado já seria positivo, tendo em vista a participação ativa dos conflitantes.

#1 Eu tenho um conflito: Como posso desvendá-lo?

Aqui pode-se definir o conflito em si, identificar qual o conflito real, que está além do conflito aparente. É o momento de ter empatia, enxergar a experiência vivenciada através dos olhos do outro, compreender com e por quem se está tentando solucionar o problema. Note que quando todos os lados olham entre si, o seu ponto de vista igualmente estará sendo considerado.

#2 Eu analisei o histórico do problema: Como interpretá-lo?

Muitas vezes, achamos que o problema está somente na situação limite de um confronto, mas se analisarmos racionalmente percebemos que alguma semente conflituosa foi plantada e regada sem percebermos. Nessa etapa, interpretemos quais as nossas necessidades e também as do outro, pois ao confrontá-las vamos conseguir visualizar, com mais clareza, em que momento o conflito foi gerado e quais as atitudes que desencadearam o problema.

#3 Eu vejo uma oportunidade: Como posso criá-la?

Uma vez identificado o problema e balizado até que ponto ele se estende, a forma que o abordamos se faz essencial e aprender técnicas de uma comunicação não violenta é de fundamental importância para a tratativa na busca da resolução. Então, considerando sempre o respeito ao outro, é a hora de criar, jogar ideias no ar, em post its ou em desenhos. O mais importante é que esse brainstorm gere criatividade que, juntamente com o repertório de cada um, sejam lançadas ideias novas que os façam sair da zona de conforto e busquem soluções que podem, nem que seja hipoteticamente, deslindar o conflito. Aqui, buscam-se as ideias diferentes e os pontos de vistas diversos, faz-se uma divergência de pensamentos, sem filtros bloqueadores de ideias "sem sentido", pois se você pensou em algo inimaginável, talvez aquilo tenha relevância para você e isso há de ser considerado.

#4 Eu tenho uma ideia: Como posso concretizá-la?

Experimentar coisas novas é geralmente transformador e esse é o momento para isso. Convergir e testar as ideias, por em prática o que foi idealizado, se perceber, perceber ao(s) outro(s) e como funcionam juntos, tudo isso dentro das abordagens que foram observadas e criadas nas outras fases. É como se pudéssemos criar um protótipo da relação com o outro e testar como a parceria funciona da melhor forma, aplicando iniciativas que coloquem em prática as conclusões anteriores.

#5 Eu experimentei alguma coisa: Como posso aprimorá-la?

Para que não retorne ao status quo, é necessário aperfeiçoar as soluções obtidas através dos testes realizados, observando a evolução da iniciativa quando nos deparamos com a rotina do dia a dia. Analisar o porquê aquela solução específica funciona faz com que fiquemos atentos constantemente, até que o hábito seja criado, e agir positivamente pela resolução, e não pelo mal estar inicial originado pelo conflito, se torna tão natural quanto a certeza de que outros problemas surgirão.

A metodologia possui uma visão construtiva e experimental, focada na criação de ações resolutivas, que contribuem desde a maneira em que o problema é abordado até a criação de hipóteses, busca contínua por soluções específicas, materialização de soluções idealizadas, criação de diversas oportunidades e seleção da(s) mais relevante(s) naquele momento.

Nesse sentido, é a união de pequenas ideias que traz a resolução do problema. E então, vamos ter, juntos, um grande ideia?