Um dia, todos nós já fomos criança. E como a sua criança
lidava em uma situação conflituosa, em que tinha que negociar com seus pais,
professores e até mesmo outras crianças?
As desavenças e conflitos nos acompanham desde sempre,
inclusive quando éramos crianças, por isso a negociação e a capacidade de gerir
conflitos são habilidades oportunas para serem desenvolvidas.
A criança nos surpreende. Seja pelas palavras que aprendem
com a maior facilidade, seja pelas perguntas que nos fazem, seja pela
curiosidade, seja por como aprendem rápido a mexer em aparelhos eletrônicos.
E se você ainda guarda a imaginação da criança que um dia
você foi.. Ah, podemos dizer que você está mais apto a relacionar-se com o
outro e a deslindar os conflitos que eventualmente irão surgir, no sentido de
que você pode criar ou combinar soluções criativas.
A comunicação da criança é objetiva, sem rodeios, e vale o questionamento
do porquê passamos a ser tão prolixos. Talvez seja porque a criança ainda não
conheça muitas palavras, mas mesmo possuindo um vocabulário mais vasto, deveríamos
então escolher palavras melhores para definirmos o que sentimos.
Como sabemos, as mágoas são causadas muitas vezes pela forma
que falamos, porque invadimos o espaço do outro e sacudimos o seu eixo central,
mesmo sem o famoso dolo, a intenção. Bem, as crianças não são tão
articuladoras, elas simplesmente falam o que sentem de forma prática. E o
adulto que desaprendeu a ser criança virou uma espécie de anti comunicador, o
qual a capacidade de comunicação é falha ou nula, faltando o poder de concisão
dos sentimentos com uma "explicabilidade" - poder de síntese na
explicação, gerando fácil compreensão - adequada para se manter um bom diálogo.
Com efeito, antes de ampliar a habilidade inter pessoal,
precisamos estar com nossa capacidade intra pessoal desenvolvida, no que o auto
conhecimento é fundamental. Então, hoje, você topa resgatar aquela criança
criativa que ficou lá atrás? E, mais ainda, você topa incentivar as crianças do
seu convívio a lidar com o conflito de forma mais natural?
Vamos, aqui, fazer uma reflexão, um passo a passo de como estimular
a negociação em uma criança.
Primeiramente, devemos colher as informações e afirmar o
problema. Após, parar com qualquer ação prejudicial, seja birra, briga ou
choro. Pergunte a ela por ideias de como resolver o impasse, lembre-se de
deixar a imaginação fluir. Reconheça os sentimentos dela ao longo do conflito.
Assim, neutralize o objeto de discussão, até o nó ser desfeito, o motivo da
agitação deve estar paralisado. Nesse momento, vale rememorar o problema,
lembrando de utilizar linguagem que qualquer um consegue entender, mesmo uma
criança. Então, escolha uma solução conjunta e esteja disponível para um
acompanhamento de suporte.
Em outras palavras, se duas crianças estão brigando pelo
mesmo brinquedo, por exemplo. Entenda e explique o problema, para que elas
consigam visualizar. Acalme-as, diga que vão resolver o impasse juntas,
incentive sua imaginação e criatividade e pergunte de que maneira ela vê uma
forma de resolver. Reconheça os sentimentos dela no sentido de não tratar o
problema como se fosse algo banal, para ela aquilo é muito importante e você
deve valorizar. Enquanto isso, o brinquedo não pode estar nas mãos de nenhuma
das crianças, pergunte a elas novamente porque estão discutindo e comecem
juntos a propor várias soluções, como dividir, brincar juntas, uma brincar
primeiro, decidir quem vai brincar primeiro, etc.. até chegar na mais adequada.
Toda e qualquer negociação e boa comunicação requer uma pitada de paciência e
explicação objetiva, mas o importante será o incentivo a capacidade de resolver
seus próprios conflitos. Então resgate essa criança adormecida, dê asas a criatividade
e ache a melhor solução para os problemas. Ou seja, reflita qual o brinquedo (problema) atual e qual a solução fica mais confortável para você e para o próximo.
Deixe a criança em você ser criativa e imagine com a criança
do outro. Quer ajuda? Conta comigo.
#praticeempathy #inspireempatia
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